Resolvi escrever este artigo comparando dois Batmóveis de 1966 (da nostálgica série da TV): o famosíssimo Batmóvel 267 fabricado pela Corgi Toys e o Batmóvel versão Elite lançado pela Mattel em 2010.
Vamos aos concorrentes:
Corgi
Toys
A
Corgi Toys (marca comercial) é o nome de um conjunto de veículos die-cast
produzidos pela Mettoy Playcraft Ltd no Reino Unido. A empresa foi fundada em
1933 pelos alemães Philip Ullmann e Arthur Katz em Northampton, Inglaterra.
Eles decidiram comercializar uma variedade de veículos de brinquedo para
concorrer com a Dinky Meccano Toys Model, que já dominava o mercado britânico
por muitos anos. A marca Corgi Toys foi introduzida no Reino Unido em julho de
1956.
O
batmóvel 267 foi produzido de 1966 até 1983, tendo havido várias versões ao
longo dos anos: com e sem lança-mísseis, com e sem engate para a bat-lancha,
com Batman e Robin ou só o Batman, vidros azuis e vidros transparentes, pneus
de borracha e pneus de plástico, pneus pretos e pneus vermelhos, etc.
Mattel
A
Mattel Inc. nasceu em uma garagem na Califórnia, em 1945, e foi criada a
partir do espírito empreendedor de Ruth Handler e seu marido Elliot,
assim como do amigo do casal Harold Matson. Até o início da década 80
produziam consoles de vídeo game. Seus principais produtos atualmente
são: carrinhos Hot Wheels & Matchbox, bonecas Barbie &
Polly, bonecos Max Steel, jogos de tabuleiro.
Em
2010 a Mattel lançou o Batmóvel 1966 na escala 1:43 numa edição limitada a
10.000 unidades. Ela já havia lançado nas escalas 1:64 (na mainline da Hot
Wheels), 1:50 (numa série de veículos do Batman) e 1:18 (em versões Standard,
Elite e Super Elite - que definem o nível de detalhamento).
O Batmóvel
A
história deste Batmóvel começou em 1955, com o surgimento do Lincoln
Futura. Este veículo, um Dream Car (ou "Carro dos Sonhos" como eram
chamados os Concept Cars da época), era uma ideia de Bill Schmidt
(estilista-chefe da Lincoln-Mercury entre 1945/55) e foi feito na Itália
pelos estúdios Ghia. O design do interior foi creditado a Stan E.
Thorwaldsen, enquanto o teto de plexiglass (tipo de acrílico) era de
autoria de Ron A. Perry.
O
chassi empregado era semelhante aos dos Lincoln Mark II de série. O motor V8,
acoplado a um câmbio automático Turbo Drive, tinha carburação quádrupla, 368
polegadas e desenvolvia 330 cv. O Lincoln Futura fez sua primeira aparição em
público no dia 8 de janeiro de 1955, quando foi exposto no stand da Ford
montado no Chicago Auto Show. Assim, nos anos seguintes, o carro que
custou US$ 250 mil, foi à estrela de diversos salões, além de servir de
inspiração para os modelos de passeio da Lincoln feitos até 1957. Diversas
miniaturas do Lincoln Futura foram lançadas e em 1959 o carro estrelou um filme
de cinema, “It Started With a Kiss”, produção da Metro Goldwyn-Mayer
protagonizada por Debbie Reynolds e Glenn Ford. Como curiosidade vale destacar
que, como a pintura branca perolizada não fotografava bem, o veículo teve de
ser pintado de vermelho para participar das filmagens.
Quando
se tornou obsoleto, o Lincoln Futura foi vendido a George Barris, um
customizador de Dream Cars. Segundo a lenda, ele teria pago apenas um dólar
pelo carro e, como não tinha um local coberto para guardá-lo, acabou deixando-o
no pátio aberto de sua empresa. Esquecido, o veículo, tomando sol e chuva por
vários anos, acabou se deteriorando. Aparentemente o Lincoln Futura iria acabar
seus dias em um depósito de sucata, mas uma incrível reviravolta estava por ocorrer
nessa história.
Em
1966 Barris recebeu uma encomenda importante da 20th Century Fox: construir o
carro de uma nova série de televisão, Batman, que seria estrelada por Adam West
e Burt Ward. Assim, ele contratou Dean Jeffries, outro customizador, o qual foi
incumbido de realizar o serviço, tendo como base um Cadillac 1959. Tudo corria
bem até que a Fox diminuiu o prazo de entrega para três semanas. Jeffries,
considerando a atitude absurda, deixou o projeto e Barris teve de encontrar
outra solução para honrar a encomenda. Como o prazo era curto, Barris
lembrou-se do combalido Lincoln Futura. Ele fez então um desenho do Dream Car,
aplicando no mesmo a maior parte das modificações que realizaria e, no dia
seguinte, chamou o pessoal da Fox e apresentou seus “scretchs”. As linhas do
Batmóvel agradaram em cheio e a proposta foi aprovada. Logo em seguida o
customizador contratou Bill Cushenberry, que fez todas as mudanças necessárias
na carroceria do Lincoln Futura. O para-choque do Lincoln, antes cromado, foi
pintado de preto. A grade recebeu uma divisão no meio, em forma de “V” e o capô
ganhou duas entradas de ar. O efeito visual lembrava o focinho de um morcego,
sensação intensificada pelo fato dos faróis ficarem quase escondidos, tal como
os olhos do mamífero voador. O Lincoln Futura não tinha teto, mas sim a já
citada capota feita de plexiglass, a qual se encaixava no para-brisa e na vigia
traseira, ambos de bolha dupla. Barris retirou a parte central e, entre as
bolhas, instalou uma espécie de barra, na qual foi fixada uma sirene e duas
antenas. No interior do veículo foram montados diversos equipamentos fictícios
de combate ao crime, como o monitor da batcâmera, o batfone e o batscópio. Além
disso, os batbancos tinham cintos de segurança e eram ejetáveis. Na
lateral, as caixas de rodas, antes com corte reto, passaram a ser circulares. Os
rabos de peixe, que nasciam nas entradas de ar localizadas nos para-lamas
traseiros, foram fechados através de prolongamentos de chapa, os quais se
projetavam das portas. Com isso chegou-se a um efeito estético muito semelhante
as asas de um morcego. Atrás, Barris adaptou a saída das famosas “turbinas
atômicas” e dois paraquedas, utilizados pela dupla dinâmica quando se fazia
necessário desacelerar o carro com maior velocidade. Ainda na traseira, o
customizador instalou três longos tubos que, também na fantasia do seriado,
eram os lançadores dos batmísseis. O motor original foi substituído por um Ford
V8 de 390 polegadas e a carroceria pintada de preto brilhante com filetes
vermelhos. Além disso, Barris aplicou em cada uma das portas o morcego símbolo
da série. As rodas de chapa originais, com supercalotas, deram lugar a um jogo
Rader de liga leve, naturalmente equipadas com batcalotas. O carro ficou pronto
a tempo e, em 12 de janeiro de 1966, com a estreia da série de TV, tornou-se
mundialmente conhecido. Durante os 120 episódios foi uma constante nas
escaramuças de Batman e Robin, a dupla dinâmica, contra bandidos como Coringa,
Charada, Rei Tuth e Cabeça de Ovo, entre outros.
Ao
longo da série, outras réplicas foram feitas sobre o chassis do Ford Galaxie e o
original permaneceu com Barris até 19/01/2013, quando o carro foi arrematado na
Barrett Jackson por nada menos que US$ 4,62 milhões!
Vamos às comparações!
Frente:
os 3 são bem parecidos.
Laterais.
Superior:
o da Shell é o mais curto. No da Corgi o cockpit fica mais pra frente.
Frente:
o Corgi tem uma serra na frente. A grade frontal é mais suave no da Mattel.
Traseira:
dá pra comparar as turbinas, paraquedas e tubos lançadores de bat-mísseis.
Laterais:
dá pra ver que na versão da Corgi o capô e o cockpit são menores.
Superior:
além
de o capô ser menor, os vidros do cockpit também são diferentes na
versão da Corgi, que contém as miniaturas do Batman e Robin, e o da
Mattel, não.
Superior:
dá pra ver que o Mattel é maior que o Corgi, tanto no comprimento, tamanho do cockpit e capô. E o tamanho dos tubos lançadores gigantes da Corgi.
Eixos:
dá pra ver que os eixos estão posicionados de maneiras diferentes nas versões.
Conclusão:
Para
que quiser ver todas as modificações que o modelo da Corgi sofreu durante os
anos, clique no link http://www.batmobile.free.fr/Video/5.swf para ver uma animação muito bem feita!
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