domingo, 23 de junho de 2019

30 anos do Batman de Tim Burton!



-Você vai me fazer um favor. Fale de mim para seus amigos.

- E quem é você?

- Eu sou Batman.


   O ano era 1989. Os jornais anunciavam que finalmente “O filme da década” chegava aos cinemas. Batman – O Filme foi um fenômeno que mudou a maneira da indústria cinematográfica ver os quadrinhos. Não foi apenas um filme, foi o filme. Um assombro de bilheteria que trouxe de volta a chamada Batmania. Com um marketing violento, dificilmente existiu alguma criatura na terra que não foi alcançada pela sombra do morcego. Hoje, os mais jovens, podem até não compreender o valor deste filme; nasceram em uma época em que os heróis já estavam consolidados no cinema e na tv. Mas os jornais não estavam errados. Foi o filme da década.


   Dirigido por Tim Burton, Batman - O Filme trouxe cenas memoráveis, uma trilha sonora inesquecível a cargo de Danny Elfman (tanto que o tema foi incorporado em Batman The Animated Series) e uma cenografia impressionante com uma Gotham City gótica e sufocante. Não por acaso, conquistou um Oscar por Melhor Direção de Arte. Digno de nota, a trilha desenvolvida pelo cantor Prince, naquela ocasião, casou muito bem com o projeto. A canção Batdance tocou muito nas rádios e discotecas da saudosa década de 1980.


   O elenco e o roteiro são pontos que não agradaram a todos: enquanto o Coringa de Jack Nicholson foi um primor, o Batman de Michael Keaton deixa a desejar no quesito herói; Batman deveria ser uma figura forte e imponente, a exemplo do que se via nos quadrinhos. Porém, Keaton surpreendeu com um Bruce Wayne perturbado e obcecado; o medo da maioria dos fãs era que o resultado fosse um pastelão, afinal o ator vinha de grandes comédias. O traje, embora apresentasse limitações, ajudou a passar uma imagem imponente e sombria. Por muitas vezes a fotografia mantinha os olhos do herói ocultado pela escuridão.


   Kim Basinger passeia com sua beleza pela tela e só; os coadjuvantes como Gordon e Harvey Dent são mal desenvolvidos, porém o Alfred de Michael Gough foi maravilhoso. Já o roteiro tem seus altos e baixos; apresenta sequências fantásticas e peca no quesito ação. Trabalha o Batman como um coadjuvante, com poucas falas e espaço. Sobra espaço para o Coringa roubar o filme.


   A greve dos roteiristas também afetou o roteiro; no fim das contas, muita gente opinou e palpitou. Numa dessas, o Coringa viria a se tornar o assassino dos Waynes. Mas o filme funcionou. Conquistou público, fez as pessoas irem ao cinema mais de uma vez para assisti-lo e garantiu uma primorosa continuação em 1992.


   Batman – O Filme completa 30 anos de seu lançamento. A recente versão lançada em 4K revelou detalhes que antes passaram despercebidos no velho VHS. E o recente lançamento nos cinemas da rede Cinemark fez velhos fãs voltarem no tempo. O filme, junto com o icônico Superman de 1978, possue lugar na história do cinema. Ambos foram grande marcos da indústria e permitiram uma avalanche de possibilidades para o cinema e os quadrinhos. E acredite, muita gente bebeu nessa fonte. Parabéns Batman! 



Texto: Paulo Chacon

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